segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A nossa morte

Vejo-te estendida na minha cama com as pálpebras inertes. Apesar da incrível semelhança entre os nossos corpos, esta não é a minha morte.











Aquela que não foi capaz de fazer com que a amassem agora jaz.
Aquela que sofreu por não saber lidar com o mundo dos outros agora jaz.
Aquela que dedicou o seu tempo a tomar ópio agora jaz.


Os círculos de sangue absorvem o seu cadáver. Mas aquele já não é o seu sangue. Ela já não é. Tudo o que resta da mulher que está deitada na minha cama são palavras, porque eu consigo penetrar na sua morte, mas ela já não consegue penetrar na minha vida. Morreu...

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