terça-feira, 15 de setembro de 2009

A VELA do MEDO


Apagaram-se as velas que iluminavam o silêncio ensurdecedor que invadia o meu medo. Já não sinto o medo gelar-me os ossos como se a cada momento o meu corpo quebrasse. Com um leve sopro saido de uma memória profunda, dei por finda a sensação de perda constante, de insanidade anunciada. Rasguei todas as fotos, todos os cartões, todos os poemas ébrios. Não por loucura, mas por uma sensatez inimaginável. Entrei dentro de ti e tu deixaste. Procurei todos os teus entraves, todas as tuas mimi-clausuras que não te deixavam caminhar rumo ao futuro. Procurei tudo e tudo destruí. Assim como faço a todas as coisas que aparecem apenas para acender as velas que iluminam o meu medo. Agora, podes chorar, gritar, sofucar. Podes tudo isso, mas, no final, verás que nada restou além de um novo rumo. Júbilo, Alegria! Estamos livres! A sensação de clausura desapareceu finalmente, quer para mim, quer para ti. E, se no final desta demanda, quiseres pegar no que de ti resta e partir, sabes que não o farás... não por falta de vontade, mas por que quem controla os cordelinhos da minha vida sou eu, e tu és vida, minha vida, enquanto assim eu quiser.

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